Cais: coletiva de abertura da Galatea Salvador será prorrogada até maio

 

A mostra, que reúne grandes artistas históricos e contemporâneos da cena nordestina como Aislan Pankararu, José Adário, Miguel dos Santos e Chico da Silva, ficará em exibição até 4 de maio, no centro histórico da capital baiana

 Com o objetivo de expandir sua presença e estabelecer conexões para além do tradicional eixo Rio-São Paulo, a Galatea Salvador deu início às suas atividades com a exposição coletiva "Cais", elaborada a partir de uma cuidadosa curadoria do sócio Tomás Toledo e a diretora da nova unidade Alana Silveira. A mostra, que tem conquistado grande interesse, teve sua exibição prorrogada até o dia 4 de maio, permitindo aos visitantes uma oportunidade estendida para apreciar as obras.

O segundo empreendimento dos sócios fundadores Antônia BergaminConrado Mesquita e Tomás Toledo, abre as portas menos de dois anos depois da fundação da galeria na Rua Oscar Freire, na capital paulista, em junho de 2022.

O endereço escolhido na capital baiana é o Centro Histórico de Salvador. Mais precisamente no Edifício Bráulio Xavier, na Rua Chile, primeiro logradouro do Brasil, entre a Praça Castro Alves e o Elevador Lacerda. Marco da cidade, o edifício modernista abriga em sua lateral o mural intitulado A colonização do Brasil, feito pelo artista Carybé em 1962, hoje tombado pelo IPHAN.

“Cais” será uma experiência única que conectará gerações da arte brasileira ao reunir cerca de 60 nascidos e radicados de diversas áreas do Nordeste, misturando e friccionando nomes históricos e contemporâneos, de formação tradicional e autodidata. A primeira exposição do espaço soteropolitano está lastreada na produção de quatro artistas nordestinos representados pela galeria: Aislan Pankararu, Chico da Silva, José Adário e Miguel dos Santos. A partir de elementos e temas chave da obra destes nomes serão derivados os conteúdos de quatro núcleos que constituem a mostra: Fantasias de fauna e flora; Geometrias afro-indígenas e brasileiras; Máscaras expandidas e Representações da religiosidade e cultura afro-indígena e brasileira, divididos entre pinturas, esculturas e fotografias. Estão presentes na exposição nomes consagrados como Abraham Palatnik, Ayrson Heráclito, Cícero Dias, Emanoel Araújo, Francisco Brennand, Mestre Dicinho, Mestre Didi, Rubem Valentim e Tunga.

A expografia da mostra e o projeto de arquitetura do espaço de 400 metros quadrados são assinados pelo Estúdio Anagrama, que pensa arquiteturas, mobiliários e objetos de design a partir do reuso. Entre as iniciativas de destaque do estúdio, está o projeto do Casarão 28reforma de um edifício do século XVIII, localizado no Centro Histórico de Salvador, Bahia. A obra reaproveitou restos de mais de 15 reformas e demolições realizadas na região metropolitana da cidade.

 

Efervescência soteropolitana

A chegada da Galatea se alinha a um momento em que o centro histórico de Salvador recebe diversas iniciativas de restauração dos seus edifícios emblemáticos e de recuperação da sua vida turística e cultural. A própria Rua Chile e seus entornos acolhem importantes projetos de restauração e renovação como: o antigo Hotel Palace, hoje Fera Palace; o antigo prédio do jornal A Tarde, hoje Hotel Fasano; o Palacete Tira-Chapéu, em processo de restauração para se tornar um centro gastronômico; a transformação, em curso, do Palácio Rio Branco no Hotel Rosewood; o projeto do Casarão 28, reforma de um edifício do século XVIII na região.

Novas iniciativas e projetos culturais compõem o cenário efervescente atual da capital baiana. Recentemente, em novembro, ocorreu a reabertura do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB); em setembro, a criação do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em julho, a associação cultural paulista Pivô se instalou no Boulevard Suíço. As novidades vão continuar em 2024, quando a galeria carioca Nonada também promete chegar a Salvador. A cidade se consolida ainda na rota de importantes exposições em itinerância pelo Brasil, a exemplo de “Um defeito de cor”, realizada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), e “Brasil Futuro: as formas da democracia”, no Solar do Ferrão.


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